O nascer da poesia

Frêmitos navegam meu corpo, ancoram minh'alma,
despertam sensações latentes vertendo mares desconhecidos,
vêm com o calor que queima e a mansidão que acalma,
veleiros a velejar por versos ainda não traduzidos.

Clamam por detalhes despejados pelos cantos,
sonhos demolidos, paixões alcovitando esquinas,
pedintes que esmolam ignorando seus encantos
que afloram a minha frente rabiscando rimas.




Partículas que teimam iluminar a escuridão
rogando que as recolham pra cumprirem suas sinas,
pedaços que imploram por gestos de restauração.

Fecho meus olhos e me entrego ao devaneio
e o nascer da mais divina inspiração
gera a poesia aquietando meu anseio.

_Carmen Lúcia_