De amor e primavera (Louco de amor)

Por amar, eu fiz loucuras,
fiz torturas em mim mesmo.
Afaguei facas e leões,
tropecei noites escuras
e vaguei, feliz e a esmo.
Feito a dançar canções...

Por amar, pintei miragens
do que vi, um quadro lindo.
Por amar e apenas pelo amor,
dei passos para além das margens
e voei um pouco, ao céu caindo
em derramar-se em pétalas de flor.

E fiz, todas as loucuras
que a verdade desconhece.
Pois, se esquece das ternuras
de amar além da prece...




Reza a alma a ti e cessa em juras,
a fiar que o tempo cesse.

E ando assim... O louco.
Que não sabe pouco, apenas muito...
E trago em rédia solta
o dizer sandices, mas, não minto.
Pois, são reais a mim; avulto...
O que é; por causo do que sinto.

Sei, sou e sabes-me, enlouquecido.
A fazer o que se espera
de alguém que é perseguido
pelo anjo, sonho e a quimera
que chamo apenas de sentido,
de amor... De amor e primavera.